terça-feira, 9 de agosto de 2011

Enfim

Faz dias que eu começo esse texto e não consigo chegar a um final. Como nessa história. Tem tanta coisa que eu queria dizer, mas eu nunca vou fazer. Então, por favor, me permita escrever aqui, da maneira mais prolixa, procurando, sem saber, a hora de realmente colocar o último ponto nisso. Eu não espero que você leia, que você pense, ache ou responda qualquer coisa. Desapeguei de expectativas. Porque essa história é tão óbvia, meu olhar pra você é tão óbvio, só que são tantas coordenadas adversativas. Tantos mas, poréns, entretantos entre nós dois. E dói. Dói mais do que eu pensei, muito mais do que das outras vezes. O que eu queria mesmo era te dizer o quanto eu gosto do seu sorriso e da covinha que ele provoca no seu rosto. De como você fica bem quando veste aquela cor. Da sua mão desajeitada, da sua voz ao telefone, do seu olhar de canto pra mim, porque eu sei que depois disso você vai falar alguma besteira pra me atingir. Queria te mostrar nosso gostos parecidos, nossa facilidade em procurar novos assuntos. Falar dos versos e das músicas que eu tenho guardado pra vincular sempre a você. Queria te dizer sobre como eu sou capaz de esperar você se decidir, quieta no meu canto. Que eu não te apresso em nada, mas tenho todo o tempo do mundo, se você o quiser. Que eu só te quero bem e se você me permitisse, seria o seu bem. Da vontade que me dá de te ligar no meio do dia, de compartilhar a vida, de te acompanhar e te cuidar. Do quanto eu peço a Deus que seu dia seja abençoado, que seu trabalho seja tranquilo. Queria te dizer que não te culpo de nada e te quero feliz. Onde você for, com quem quer que você decida ir. Que você seja a pessoa mais feliz do mundo. Que não te falte alegria, amor e pão quentinho pela manhã.

Mas não vai ser assim. Como sempre, eu vou guardar. Cada vez mais conformada, cada vez mais acostumada ao meu lugar, longe. E a gente vai rir das nossas histórias bestas, que em pouco tempo já são várias, ignorando e abafando com o som das nossas risadas qualquer voz que foge à razão. Porque é melhor assim, não é? É melhor pra mim, é melhor pra você, melhor pra todo mundo e tal. E ainda tem toda essa exatidão, você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas veja só, aqui estão as coordenadas adversativas novamente preenchendo o espaço que cresce entre nós. Eu te pedi pra ficar, pensando que talvez fosse mais fácil. A idéia era fazer desse texto uma carta de despedida. Mas adivinha só? Eu não consigo. Porque o sorriso que você estampa, sem esforço algum, no meu rosto, quando você se faz presente, me convida a ficar também. Pensando besteiras, escrevendo esse monte de bobagem amorosa. Começando, como nesse texto, sem saber o fim. Procurando pelo ponto final que após muitas vírgulas e reticências comprimindo o coração, sempre encontra seu espaço nas minhas histórias.

Um comentário:

Camila Gouvêa disse...

Não sei se posso...
Mas o farei.!
Sei BEM como é se sentir assim... e imagino que talvez vc saiba os porquês! Mas sabemos que existem planos maiores que Ele destina a nós!! Bom ler essas palavrinhas!!
Bom poder de uma forma ou de outra ainda ter vc por "perto"! :)